Ex-mulher que nega ameaça de morte usa nome de Bolsonaro para concorrer à Câmara

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Ana Cristina Siqueira Valle não carrega o sobrenome “Bolsonaro” no RG desde que se separou do deputado federal, o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), há onze anos. Mas decidiu adotar novamente o nome do ex-marido para se lançar como deputada federal pelo Podemos em Resende (RJ) nestas eleições. Ela tomou os holofotes na noite desta terça-feira (25) com a publicação da Folha de S. Paulo revelando que a mulher deixou o país em 2011 após ter sido ameaçada de morte pelo capitão da reserva. Em vídeo, Cristina Bolsonaro — como registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — negou tudo.

“Venho aqui muito indignada desmentir a suja Folha de S.Paulo, [que] publica que o Jair me ameaçou de morte. Nunca. Pai do meu filho, meu ex-marido, ele é muito querido por mim e por todos. Ele não tem essa índole para poder fazer tal coisa. Bom pai, bom ex-marido, foi um bom marido também. Espero que vocês acreditem que essa mídia suja só quer denegrir a imagem dele, porque ele tá em primeiro lugar nas pesquisas e assim vai ficar. Porque eu acredito que ele ganhe em primeiro turno, espero que vocês acreditem também. Então fica aqui meu recado, mídia suja, não adianta, nada vai fazer com que ele caia. Ele tá em pé, depois de tudo o que aconteceu e vai continuar, e vai chegar à Presidência, se depender de mim”, declarou Ana Cristina em vídeo divulgado nas redes sociais.

A candidata vive em Resende, cidade onde o presidenciável do PSL se formou no Exército. Tiveram juntos Jair Renan, de 20 anos, o caçula dos quatro filhos homens do capitão da reserva — Bolsonaro teve ainda mais uma filha com a atual esposa, Michelle. Foi com o garoto, então com 12 anos, que Ana Cristina fugiu para a Noruega, segundo consta em documento do Itamaraty.

“A senhora Ana Cristina Siqueira Valle disse ter deixado o Brasil há dois anos [em 2009] ‘por ter sido ameaçada de morte’ pelo pai do menor [Bolsonaro]. Aduziu ela que tal acusação poderia motivar pedido de asilo político neste país [Noruega]”, diz o telegrama do órgão. À ocasião, Ana Cristina e Bolsonaro travavam a guarda judicial do filho.

Ana Cristina ainda afirmou que ao procurá-la na Noruega, o vice-consulado do Brasil “estava agindo em nome do deputado federal”. O telegrama foi liberado inicialmente a Folha de S.Paulo pela Lei de Acesso a Informação, mas com esses trechos cobertos por uma tarja preta. Fontes ouvidas pelo jornal e o embaixador Carlos Henrique Cardim, no entanto, confirmaram o conteúdo do telegrama.

Depois do retorno ao Brasil, no entanto, Ana Cristina assumiu cargos públicos ligados à família do deputado federal, tendo atuado como servidora da Câmara Municipal de Resende.

Confira o vídeo em que Ana Cristina sai em defesa de Bolsonaro:

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